[box type=”info” size=”medium”] Esse texto é resultado de uma troca de emails absurda que aconteceu num futuro remoto dentro de um local virtual que só existe em bits.
Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. [/box]
O fabuloso barbudo inicia a tradicional reunião dos manolos da Central compartilhando algo que recebeu no sistema interligado das máquinas que nos distraem:
— Foi enviada uma carta a Central com os seguintes dizeres:
Saudações vãs!
Sou editor do über famoso e pomposo jornal Cristianismo Chato Para Sempre e gostaria de exigir suas excelentíssimas ideias para fazerem parte do nosso antro de bobagens muito relevantes para nós.
Conhecemos a Central através de um dos nossos colaboradores e ficamos embasbacados com a sua forma de expor temas ligados à nossa amada ideia das quatro paredes invisíveis que insistem em tentar controlar as palavras daquele galileu qualquer que nasceu pouco antes que os tempos começaram a ser contados.
Responda-nos com algumas palavras virtuais!
O cara da ponta, aquele nunca entende nada, logo se manifesta:
— Isso é bom ou é ruim?
Que é esse jornal, não achei nada dele, nem naquela ferramenta mega-avançada que deve ter acesso à todos os dados do mundo…
O sábio barbudo responde:
— Nem bom nem ruim… sei lá!
Como não me conhece, e acho que pensa que a Central é uma pessoa só, resolvi compartilhar e tal…
O cara da ponta que nunca entende o que acontece logo responde:
— A Central é uma pessoa, uma pessoa monstruosa de várias cabeças pronto pra subverter seu pensamento pequeno!!!
Na sua inquietude do meio de seus longos cachos o barbudo acrescenta:
— Não Há quem SEJA só… Se SOU, SOMOS… Se não SOMOS, DESISTI, pois DES-EXISTI!
E chega o maloqueiro, com sua capacidade sagaz e sorrateira e eleva a situação:
— Uma ontologia baseada apenas no si mesmo foi o pilar do iluminismo, quando o homem foi colocado no centro da cosmologia. O que o Buenas Barbudo está propondo, se não me engano, é uma ontologia baseada no outro conforme Heidegger nos apresenta.
O fato da nossa existência estar vinculada ao outro é o ponto central do cristianismo, que pode ser ser simplificada na famosa canção do Barney, não o vizinho do Fred Flinstone, mas aquele belo dinossauro roxo que aparece naquela maquinha que bondosamente educa nossas crianças.
Segue a canção:
“Amo você, você me ama, somos uma família feliz. Com um forte abraço e um beijo te darei, meu carinho é pra você”
O glorioso barbudo, meio que em seu próprio mundo, elogia:
— Ganhou um ponto na média pela citação do Dinossauro Barney… Parabens Sr. Conde dos Maloqueiros, o Sr foi aprovado!
Todos da mesa levantam seus copos e brindam!
O insubstituível professor, ainda em pé, tira seu chapéu e comenta algo que há tempo cozinhava em seu cerebelo:
— Os dinosauros tem muito a nos dizer, sempre achei que o Bob (aquele da família dinossauro) representa o arquétipo da conciência de classe em Gramsci.
O professor ainda aproveita e subverte a subversão já inquirida naquela deliosa mesa:
—
“A Central é uma pessoa, uma pessoa monstruosa de várias cabeças pronto pra subverter seu pensamento pequeno!”
Não, não… o crentassos é o dinossauro! finaliza o professor.
E o cara da ponta, mais perdido do que nunca, finaliza:
— Um dinossauro a imagem e semelhança de Deus…