[dropcap]É[/dropcap] chegada a hora: Tomo um banho de aproximadamente 30 minutos, escolho uma roupa adequada para a ocasião, me arrumo, escolho um relógio, camisa, sapato, calça, pronto! Em poucos minutos estou preparado para mais um dia de culto, para uma reunião com meus entes queridos, para um encontro com quem Deus me deu a oportunidade de compartilhar minha caminhada e meus pensamentos. Hoje eu trarei a palavra. Revejo minhas notas e procuro por mais algum sinal do que o Espirito Santo pode estar desejoso de falar através de minha boca. Não elaboro muito, tenho medo que se aprofundar demais na palavra acabemos por nos enveredar em afirmações enganosas, além do mais não sou teólogo ou nada parecido. Sou enfermeiro, minha formação é técnica e científica e a bem da verdade existem coisas na bíblia que ainda hoje soam estranhas para mim. Então vem a dúvida!
Em um minuto passo de um homem seguro para um cristão claudicante. Será que estou no caminho certo? Afirmo-me algumas vezes, temos um Blog, somos subversivos, escancaramos as coisas que vemos de errado e isso liberta não é mesmo? Não pode ser ruim! Mas será que não estou fielmente no caminho errado? Visito uma família de amigos antigos. Todos cristãos com uma visão conservadora de mundo, doutrinados, adestrados, gado esperando o abate. Pelo menos é assim que penso! Um deles me acha meio herege. Outro afirma que preciso ir à igreja! Acho que nem oração minha eles se sentiriam felizes em receber. Herege? Penso eu, não sei não! Nem sabia se essa palavra tinha “H” nela, foi graças ao corretor automático que não passei mais esse aperto, mas é possível eu ser algo que nem sei como se escreve?
Todos nos temos momentos assim na vida não é mesmo. Ter dúvidas quanto ao nosso caminho é uma forma de nos afastar da prepotência que insiste em tentar nos convencer que somos melhores. Crentes claudicantes. Alguém pode dizer que estou louco, mas Jesus conheceu alguns. Um Pedro que afundava, um Tomé que acreditava mais em seu olhos do que em seus ouvidos, dois homens cansados e desanimados que encontraram um “velho amigo” no caminho de Emaús. Não são belas histórias de dúvidas?