Vivemos um tempo de muitos jesuses; um totalmente diferente do outro. Há muitas pessoas escrevendo sobre a pessoa de Jesus, colocando suas interpretações sobre a fé, sobre os valores divinos, enfatizando diversos aspectos hermeneuticos das Escrituras e oresultado final é que temos vários grupos religiosos vivendo uma gama de modelos de exercícios da fé cristã, que não sabem mais se comunicar. Ou seja, do modelo, o Cristo se criou vários jesuses que não se gostam.E é claro, isso não é de hoje. A pergunta é simples: Seria possível crer que eles se gostem ao menos um pouquinho?
Podemos ler e reler várias vezes os Evangelhos, onde a vida de Jesus é retratada pelos discípulos, e sempre é possível aprender algo novo com tudo que é relatado ali. Mesmo aprendendo e descobrindo fatos nas entrelinhas e conhecendo um Jesus “indomesticável”, sempre temos a irresistível tendência de sistematizar o caráter e a personalidade de Jesus. Estatizamos Jesus Cristo dentro de um padrão estabelecido por nós. Ou seja, criamos um molde de Jesus, baseado na educação cristã que tivemos, analisando a Bíblia pelos nossos valores e lentes doutrinárias. E precisamos reconhecer, que no decorrer da nossa vida de fé, já criamos tantos moldes de Jesus que já não é possível lembrar de todos. E esse é um processo de certa forma natural na maturidade cristã a medida em que se vai estudando a Bíblia e conhecendo a pessoa de Jesus Cristo pessoalmente.
Porém, muita gente tem confiado demais nesse moldes e o Modelo tem sido esquecido ou jogado fora. E é daí que surge um dos piores sintomas dessa tendência no mundo evangélico: vários “cristos” modelados, que funcionam como símbolo dos estandartes de rinhas ideológicas mesquinhas entre diversos grupos de diferentes doutrinas ou denominações. Vejo cristãos não se dando bem pela incompatibilidade dos seus “jesuses”: é o jesus beberrão, que odeia o jesus professor, que odeia o jesus santarrão, que odeia o jesus conciliador, que odeia o jesus bravo, que odeia o jesus calmo. E olho pra essa bizarrice toda e simplesmente rio. O sujeito cria um molde de Jesus, acaba inevitavelmente jogando o Modelo fora e corre pro mundo tentando converter a todos de que o seu molde é o mais santo, correto e perfeito. Além disso, combate ferrenhamente aqueles que não creem no mesmo molde que o dele.
Jesus é o Deus que se pode conhecer. Mas Jesus não é um Deus que pode ser reproduzido, moldado, replicado, ou até mesmo encaixado em doutrinas, sistemas ou métodos. A teologia foi feita para o homem e não o homem feito para a teologia. Isso implica no fato de que nenhum molde contém Jesus completamente e por isso Jesus não cabe no molde de ninguém. Eu posso até gostar e defender um tipo de Jesus. Mas não posso afirmar que Ele seja só isso que eu penso que Ele seja. Abandonemos nosso moldes de uma vez por todas e voltemos aos Evangelhos uma segunda, terceira, quarta ou quantas vezes for possível. Porque é fato que conhecemos muito pouco de Jesus Cristo, lemos muito pouco os Evangelhos e Ele certamente é Alguém sempre maior do que nossa medíocre fé pode conceber.
Texto escrito com base nesse vídeo do Lu & Tero do @MarcosBotelho: http://www.youtube.com/watch?v=D9-Md7Nicqs #recomendofortemente
“Jesus cristo – o meu é bem melhor que o seu.”
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