Dias atrás em minha reunião semanalpara aperfeiçoamento da fé (Grupo de debate, Célula, Grupo familiar, chame comodesejar.) estávamos dialogando sobre como é difícil manter um ponto de vistasaudável e a mente aberta para conversar com pessoas de outras crenças semacabar por interromper o raciocínio delas e nos lançar em acusações,preconceitos e sectarismos. Vamos imaginar a seguinte situação: Se medeclarasse muçulmano de maneira súbita, quantas pessoas que hoje conversamcomigo assiduamente nas páginas de redes sociais permaneciam em um diálogofranco comigo? Quantas ouviriam meus argumentos? Quantas resistiriam ao impulsode ouvir as 10 primeiras palavras e ignorar o resto enquanto tenta contraargumentar as primeiras 10 para me “converter” novamente ao bom caminho?
Um exemplo que acho pertinentemencionar é do missionário Eli Stanley Jones (1884-1973) que serviu em seuministério na Índia e adotava uma técnica interessante para diminuir o abismoexistente entre as duas crenças cristã e hindu. Jones convidava um grupo depessoas (em média 15) de crenças diferentes para sentar em uma mesa redondaonde se iniciava uma conversa amigável sobre o que a religião de cada umadestas pessoas significava para ela. Sem se ater as questões sabidas sobre oHinduísmo no que tange a assuntos como castas, abusos e miséria e com um grupode cristãos indianos sempre presentes as conversas naturalmente acabavam pormencionar Cristo e todos seus passos. Não raro a noite terminava com umaestrema sensação de amor, tolerância e paz. Certa vez Jones relata que um Hinduao fim da conversa levantou e deslocou-se até um cristão sentado a sua frentena mesa e após colocar flores aos seus pés disse: “Você encontrou Deus. Você émeu guru”.
Fico imaginando a mesma conversaentre pessoas de denominações diferentes aqui no Brasil. Pelo pouco que pudevivenciar em redes sociais, congressos e sites espalhados na web noteiclaramente que muitas pessoas se preocupam muito mais em suas doutrinas eteologias no que Jesus proclamava.
Esta semana conversei por pouco mais de duashoras com um bom amigo de faculdade que se declara ateu. Sem demagogia alguma,até porque duvido um pouco que ele chegue a ler estas palavras algum dia, foium momento importante onde senti que Jesus tratava meu coração para que eurespeitasse o direito dele de estar (em minha opinião) errado. Seique temos o imenso desafio de levar o Evangelho a todos que pudermos, mas nessemomento acho que vale o velho jargão: “Minha liberdade termina onde começa asua.”
Por favor, não seja um cristão desagradável!Já que enfocamos tanto nossas diferenças que tal se dialogarmos alicerçados emnossas similaridades?