O que eu, protestante, preciso aprender com os meus amigos católicos, segundo Bonhoeffer

“Há uma palavra que, quando ouvida por um coração católico, acende todos os seus sentimentos de amor e de bem-aventurança; ela põe em movimento as emoções mais profundas de sua sensibilidade religiosa, do pavor e assombro do Juízo Final à doçura da presença de Deus; essa palavra desperta nele os sentimentos mais ternamente domésticos, sentimentos como os que só uma criança pode nutrir com relação à sua mãe: gratidão, reverência e amor sincero; o sentimento que toma conta de uma pessoa quando, depois de uma longa ausência, retorna ao lar, o lar de sua infância.

E existe uma palavra que entre os protestantes soa como algo infinitamente lugar-comum, algo mais ou menos indiferente ou supérfluo, que não faz o coração bater mais forte; que associam a uma sensação de tédio ou fastio ou que, de qualquer modo, não dá asas à nossa sensibilidade religiosa – e no entanto nossa sorte está traçada se não formos capazes de conseguir para ela um significado novo ou um muito antigo. Ai de nós se essa palavra não se tornar relevante novamente, se não tornar-se assunto de importância nas nossas vidas.

Isso mesmo, “igreja” é a palavra cujo significado esquecemos.”

Dietrich Bonhoeffer (Breslau, 4 de fevereiro de 1906 – Berlim, 9 de abril de 1945) foi um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazista e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazista.
Bonhoeffer envolveu-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler. Em março de 1943 foi preso e acabou sendo enforcado, pouco tempo antes do próprio Hitler cometer suicídio. 
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