Com este conceito de evolução na cabeça, e, pensando sobre a evolução humana do ponto de vista do Pearl Jam, abra a sua Bíblia no evangelho de João no capítulo 8 e comece a ler os versos 12 ao 36.
Propósito
O evangelho de João foi escrito num momento crítico da Igreja, pois as perseguições imperiais estavam iniciando, e João escreve seu evangelho para encorajar estes cristãos sobre o testemunho e obra de Jesus, ou nas palavras do próprio João: “eu escrevi estas coisas para que vocês possam crer em Jesus e ter a vida eterna“; vida esta que leva à transformação, ou no contexto deste post, à evolução.
Contexto teológico-literário
Este trecho de João 8 faz parte dos conflitos vividos por Jesus. Nesta seção do seu evangelho João narra os conflitos de Jesus com sua família, com os líderes religiosos, com seus discípulos e com a sociedade de modo geral. E aqui especificamente Jesus trava um conflito com os fariseus, o principal grupo religioso da época.
É interessante notar que Jesus começa o diálogo dizendo ser ele mesmo a luz do mundo, pois antes das pessoas conhecerem a verdade, era necessário que uma luz fosse lançada sobre as trevas da realidade que elas viviam.
Outro ponto que merece destaque, é a reivindicação de Jesus quanto à sua autoridade e origem divina em contraste com a filiação abraâmica que os fariseus reclamavam. Os fariseus criam que, por serem apenas descendentes de Abraão tudo já estava garantido!
Além disso, a promessa de liberdade feita por Jesus, provocou uma reação irracional nesses líderes religiosos, a ponto de querer matarem Jesus. No mínimo não queriam mexer na posição confortável em que estavam, e no máximo estavam com medo das transformações, ou evoluções que estariam submetidos se aceitassem a proposta de Jesus. O fato de serem descendentes de Abraão não havia provocado a evolução que Deus sempre desejara a seu povo, e por isso Jesus inaugura uma fase na história da humanidade.
Nestre trecho podemos perceber que existe uma relação íntima entre verdade e vida; Jesus expandirá este conceito logo mais no capítulo 14 do evangelho de João. Segundo Jesus, a verdade traria a liberdade, e o estado da vida em liberdade traria a evolução, gerando a transformação que Deus deseja para a humanidade.
O apóstoto João foi muito feliz ao comparar a verdade, não apenas com a mentira, mas também com a falsidade da vida que as pessoas tinham, ou seja, a mera aparência de ser descendente de Abraão não garante absolutamente nada, segundo Jesus. Mas a verdade traz a liberdade, que leva à evolução.
Legal, mas o que isso significa para mim?
O Pearl Jam concorda com o trecho lido, pois, segundo nossos amigos de Seattle, apenas o fato de cantarmos no coral da igreja, ensinarmos na EBD, ou mesmo pregarmos nos púltpitos de nossos templos não garante a evolução, ou transformação das nossas vidas.
De acordo com o video acima, o fato de a Igreja continuar apenas dentro do seu templo não vai garantir ao mundo a evolução verdadeira, pelo contrário, enquanto a Igreja se recusar a cumprir seu papel de agente transformador as guerras, fomes e tragédias continuarão a cercar a existência humana gerando uma expiral sem fim de “evolução”, mas não no sentido pretendido por Deus, mas no falso sentido proposto pelos homens.
Devemos nos questionar todos os dias quanto ao conhecimento que temos da verdade, pois, segundo o texto lido, antes de experimentarmos a liberdade é necessário conhecer, e conhecer leva tempo, exige relacionamento íntimo.
Não é fato de apenas estarmos dentro de um templo, sermos membros de alguma comunidade, que nos tornará livres. Antes de experimentar a liberdade, é necessário conhecer aquilo que leva à liberdade, que por sua vez transforma a existência do indivíduo.
Então, para terminar, a evolução existe, e começa com nossa transformação segundo a Palavra de Deus, que é a verdade.