A vida aqui é uma passagem? Sim. O corpo é temporário? Sim. Temos o objetivo de como cristãos, viver eternamente com Deus? Também. E por isso, a vida que acontece aqui e agora, e todo a ação de morte decorrente do pecado tem pouco a ver conosco, pois a vida aqui é só uma passagem mesmo? Não. Começo esse papo dessa forma, como uma forma de iniciarmos uma discussão: “Afinal, qual a nossa missão como cristãos?” Há uma pergunta anterior a essa que define sua resposta ao que é missão: a vida é aqui, ou está lá? Já começou, ou ainda vai começar? Começarei fazendo esse exercício por mim mesmo. Então, aí vão minhas tentativas de responder a essas perguntas.
Sim, nós temos algumas responsabilidades na vida aqui, como cristãos. Porque? Por que a vida está acontecendo aqui e agora, tanto quanto a morte. Jesus nunca fez distinção entre eternidade aqui e eternidade lá. Nunca fez distinção entre morte aqui e morte lá. Vida aqui e vida lá. Pra Jesus, vida sempre foi vida e morte sempre morte. E Jesus veio para salvar os homens da morte de ontem, da morte de hoje e da morte de amanhã. E Ele nos chama a fazer parte desta missão, na integralidade substancial (o homem inteiro) e na integralidade temporal (o tempo inteiro). Pois Ele, Jesus, o próprio Deus esteve presente no tempo e na vida aqui, entre os homens. Jesus pisou na terra e com Ele, o Reino chegou aqui. Ou seja, olhando a linha do tempo do agir de Deus na história, Deus esteve presente e atuante, dando significados igualmente reais e profundos as duas partes da vida e do tempo: o terreno finito e o místico infinito. Duas realidades do mesmo Deus: Ele veio e foi.
Sendo assim, existe algum sentido em darmos importancias diferentes para os presupostos do Reino no tempo de agora e na eternidade que está por vir? Uma importancia menor à vida presente, do que à vida futura? Existe um Reino lá? Esse Reino é diferente do daqui? Temos em mente o fato do Reino que ascendeu aos céus. E com isso, a falsa sensação de pouca importância com a vida aqui.Nos esquecemos facilmente do Reino que veio a terra, se importou com a terra, pisou na terra e morreu na terra…Nesse sentido, a vida aqui não vale menos que a vida eterna. E o corpo não é algo de pouco valor. Num âmbito maior , um é continuação do outro. A morte da fome é pior que a morte pela ausencia de Deus? Ou uma não seria expressão da outra? No fim, não seriam ambas expressões de uma mesma morte?
Os presupostos do Reino já começaram aqui, a dois mil anos, com um homem chamado Jesus, o Cristo.E Jesus veio e nos chamou para a missão desafiadora de pensarmos como ele pensou, de andarmos como ele andou, de agirmos como ele agiu e de, em nome Dele, salvarmos como Ele salvou. E isso implica em nos importarmos profundamente com tudo que está ocorrendo nesse mundo, exatamente agora em termos de vida e morte. Esse chamado existe e já se deu, antes mesmo de nascermos. Agora dirijo as perguntas pra você: Se a vida não tem muito valor aqui, porque haverá de ter valor depois? A vida aqui, vale alguma coisa? Se a vida aqui vale alguma coisa, o que você tem a ver com isso? E se você não tem nada a ver com isso, porque então segue aquele que é Autor da vida?