“Meus pés já trilharam muitos caminhos. Já acabei com a vida de muitos. Já magoei e afastei demais. Mas também confortei, salvei e abriguei diversos…Quero confessar, que às vezes me amo demais pelo bem que já fiz… olhando para o meu diário já derramei lágrimas de orgulho. Mas também ja me odiei demais por tudo aquilo de ruim que cometi…
Minha maquiagem borrada denuncia o choro das noites passadas e sinto vergonha das marcas que tenho nas mãos.Tenho sido muito observada por todos desde sempre. Mas também tenho visto tanta coisa por aí, e dificilmente esqueço do que vejo. Guardo a história de muita gente no meu coração. Já separei tantas pessoas. Mas também ja reconciliei muita gente. Já me amputaram tantas vezes. Me costuraram… Uma, duas, três. Há dias que acordo me sentindo o próprio Frankenstein.
Já me prostitui pelo amor ao poder e acordei no dia seguinte me sentindo usada, largada e sozinha na cama, fedendo a vinho e suor, imersa numa ressaca sem fim. Tentei disfarçar na frente de todos. Mas não consegui. Como disse Samuel Beckett certa vez, “acho que me amo e me odeio apaixonadamente”. Às vezes sou tão sensata. Às vezes tão louca. Às vezes tão amável. Às vezes tão assassina. Às vezes fico dias sem tomar ao menos um banho. Às vezes estou pronta para casar em questão de poucas horas.
O que posso fazer a não ser amá-Lo todos os dias da minha vida? O que posso fazer a não ser amar a todos vocês para sempre? Quero caminhar constantemente nos princípios do amor, do perdão, da graça, da compaixão. Quero tanto cuidar de todos vocês. Sou tão pequena… e tão grande ao mesmo tempo. Sou Dele. E eu não estou lá. Eu sou, aqui, exatamente agora.
Aliás, meu nome é igreja.”
“A igreja é uma prostituta, mas ela também é minha mãe.” Santo Agostinho
Acuse o meu olhar critico sobre o mundo evangélico atual.
Mas jamais me acuse de não amar a Igreja.
Pois eu sou, tenho e faço igreja. E jamais desisti dela.