Relacionamento! Alguns problemas entre o homem e Deus

Caríssimo leitor permita-me levantar algumas observações sobre as Sagradas Escrituras para que possamos de alguma forma racionalizar, se é que isso é possível, o caráter Divino. Sempre notei Jesus e Deus Pai como duas facetas de uma mesma moeda. Um o advogado outro o Juiz, um leve e ponderado, outro colérico e tempestuoso, o primeiro assemelhando-se a mulher que é emotiva, amorosa e perdoadora o outro se assemelhando ao homem que via de regra mostra-se racional e frio.
Porém quando comecei a procurar traços do caráter de Deus o descobri simplesmente apaixonado por seu povo, sedento de amor pela humanidade e buscando, para minha surpresa, intimidade!!Devo admitir que verifiquei mais evidências de um Deus que busca relacionamentos estreitos com a humanidade do que o de um distante e carrancudo executor de sentenças.
Bom! Até aí você deve estar me achando tolo por me dar ao trabalho de escrever o óbvio. Pois é lógico que somente um Deus que se importa mandaria seu filho unigênito para morrer de morte de cruz por nós.  
Nosso grande problema para mim passa ser a partir deste ponto. Se temos um Deus que quer se relacionar devemos intuitivamente definir que , a exemplo do que acontece com todos nós, este relacionamento exigirá diálogo, estará suscetível a frustrações e quem sabe um pouco de ausência de ambas as partes. Certa vez um escritor disse que “Todo relacionamento passa por períodos de proximidade e distanciamento, e, no relacionamento com Deus, por mais íntimo que seja o pêndulo vai oscilar de um lado para o outro”.  Quando era mais jovem (pausa para uma risada do @O_Cristiano) participava de uma pequena igreja e ainda me lembro que as senhoras que lá congregavam se referiam a um “tempo no deserto” procurando nominar os períodos de silêncio por parte de Deus. Felizmente, para nós, isto parece ser comum e benéfico até certo ponto. O Escritor Henri Nouwen chamou-os de “o ministério da ausência”. Aiden W. Tozer chamou-os de “o ministério da noite” e outros o mencionam como “o inverno do coração”. 
Quando chega este período em nossas vidas fatalmente começamos a procurar um culpado. Pensamos erroneamente (na maioria das vezes, espero eu!) estarmos em algum pecado não confesso para que Deus tenha se “ausentado” assim. Tristemente algumas denominações ajudam a solidificar esta ideologia na mente de seus fiéis criando uma casta de cristãos paranóicos que buscam exaustivamente santificação a ponto de se flagelarem social, cultural e porque não fisicamente.
Jó passou por algo semelhante. Dos 42 capítulos existentes no livro que conta sua caminhada Deus se ausentou aproximadamente por 37 sem, contudo haver culpa por parte de Jó para tal ausência. O que ele fez nesta situação?? Lembrou quem era Deus e o que Ele já havia feito por ele. Evidenciou em sua vida que Ele estava no poder e que a despeito das aparências seu plano era “bom”. Então caro amigo! Se sua vida passa por algum período parecido não se desespere, pois como todo relacionamento o silencio é necessário para o amadurecimento de seus integrantes.
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