
O filósofo chegou para seu pupilo e disse:
“Chega de filosofar, vou contar histórias!”
O pupilo respondeu:
“Mas mestre, como saberemos de seu conhecimento, como aprenderemos com o senhor?”
“Oras, meu conhecimento continuará a ser propagado, mas estará dentro das histórias.Minhas ideias não morrerão, só mudarão de roupa.
Continuou o Filósofo:
“Serão mais coloridas, mais gostosas, talvez mais acessíveis, talvez mais difíceis, menos intencionais, menos ditatoriais, mais abertas e livres, livres nos pensamentos de quem ouvir!”
“Mas porque essa mudança, mestre?” indagou o pupilo.
“Minhas filosofias são sobre os homens para os homens. Mas os homens não são feitos de ideias, são feitos de vida, vida que vive as histórias.
Histórias que lhe foram contadas, historias que passaram, histórias que vão vir, histórias que trazem riso, choro, gozo, simpatia, nojo e tudo o que o homem pode sentir.”
O pupilo fechou a cara.
“Mestre, vou embora. Não posso viver de histórias, só as ideias me completam.”
Caiu uma lagrima do rosto do filósofo e ele disse as últimas palavras para seu pupilo:
“Ideias são só ideias, elas precisam das histórias para que possam que as ideias façam sentido.”
O pupilo foi embora e até hoje sai por aí se enganando, procurando ideias, porque não consegue entender as histórias.