No início de minha vida cristã congregava em uma igreja pequena e muito fervorosa por assim dizer. Entre membros e visitantes nunca se excedia o numero de 40 ou 50 pessoas dentro do templo que na verdade era uma pequena garagem alugada. Éramos um tanto quanto rígidos nas doutrinas motivo pelo qual não eram permitidas as mulheres uso de calça, corte de cabelo, adornos dentre outras coisas. Aos homens o uso do terno era mais que obrigatório nos cultos e bermudas eram vetadas para não mostras nossas” vergonhas” assim dizia o pastor (Até hoje não entendo esse termo. Nem acho minhas pernas tão feias assim). Normalmente quando víamos algum outro cristão que pertencesse a outra denominação um pouco mais, digamos “livre”, eram comuns comentários maldosos e semblante de pena por parte de meus companheiros e infelizmente por minha parte também. Não tolerava o erro alheio e procurava me manter santificado para que eu me aproximasse de Deus através do meu viver, contudo, essa minha maneira de ver as coisas me tornou uma pessoa rígida, mal quista e legalista. De alguma forma ao me privar de várias coisas em meu dia a dia achava-me quites com Deus rogando seu nome com a convicção de que ele certamente me ouviria mais por ser eu um “bom servo”. Hoje felizmente não sou assim e da época em que o legalismo era uma constante em minha vida ficou apenas um benefício: Conhecimento de Lei!
O fato é que o legalismo não trás quase nada de bom já que desconsidera a graça que nosso Senhor tanto lutou para implementar. O legalismo é intolerante, castrista e infelizmente tende a te elevar ao patamar de Deus. Certa vez conversava com um amigo que segue uma denominação de doutrina rígida e este me fez uma indagação confrontadora: “Você não acha que é muito fácil seguir a vida em uma igreja tolerante com certas coisas?”
Após alguns instantes respondi: “Pelo contrário, você sabe o que tem que fazer do alvorecer ao anoitecer. Eu, como não tenho meu livro de normas diárias preciso buscar refúgio nas escrituras e em revelações de Deus para saber sua opinião e isso se alcança somente mediante santificação”. Hoje, me sinto envolvido pela Graça de Deus ao notar o quanto sou falho e pecador e parafraseando Philip Yancey “descobri que sou mais pecador do que nunca. Mas também mais amado por Deus”.