Eleuterofobia

Todo mundo tem medo. Alguns os enfrentam, outros se deixam dominar por eles.
Eleuterofóbico é todo aquele que temmedo de ter liberdade, ou melhor, é todo aquele que tem ojeriza,aversão ou medo mórbido de assumir responsabilidade ou adquirirautonomia em qualquer área de sua vida.
Ah! Como eu lamento por conhecerinúmeras pessoas que sofrem, sem saber, desta triste fobia. Homens emulheres que um dia ouviram o chamado à liberdade de Cristo,decidiram-se por seguir sua voz, mas que foram oprimidos por líderestiranos que apregoavam um outro evangelho, cujo deus não passa de umtirano cruel e mesquinho. Ou até mesmo pessoas que nunca foramaconselhadas ou encorajadas a pensar por si mesmos.
A maioria dos cristãos que conheço têmpreguiça de assumir uma postura sobre determinado assunto,  econformam-se à sombra da opinião de seus líderes.
Aliás, para alguns, a necessidade deassumir autonomia e responsabilidade sobre tudo aquilo que pensamos,pregamos, cantamos, etc. chega a ser um escândalo. Cantamos as músicasque mais tocam nas rádios, mesmo que elas digam que deus é fraco etolo; pregamos mensagens enlatadas e aplaudimos pregadores viciados emjargões que não passam de mentiras; colocamos no pedestal todo aqueleque possui um talento qualquer, mesmo que não passe de um mau caráter.
Liberdade e autonomia… Entristeço-me aonotar que estes dois pilares da mensagem de Jesus não passam de mitosneste evangelho apregoado por muitos atualmente. Falamos de liberdade,mas não a vivemos em sua plenitude. Fomos reconciliados por Cristo aDeus, através de sua Graça, que nos garante liberdade, mas preferimosutilizar os púlpitos para manipular pessoas, ao invés de mostrá-las oquão valioso é viver em novidade de vida, assumindo a importância deviver livre e de pensar a respeito das coisas.
Recentemente, um vídeo de um certopastor que falava sobre política tornou-se um hit da internet. Nofilme, o pastor mostra um vídeo apelativo (e covarde) enquanto diz quetodos os males ali exibidos eram defendidos por um certo partidopolítico. O que o tal pastor diz no mencionado filme não chega a ser umcrime, mas não seria mais justo e “cristão” propor um debate sobre oassunto ao invés de jogar ao vento a opinião pessoal e (até então)exclusiva dele para os seus ouvintes? Mesmo que não fosse essa a suaintenção inicial, falar através de um púlpito em uma igreja enorme, semdar lugar ao debate, não é uma forma de tentar manipular a opinião daspessoas que o assistem?
Acredito que é importante discutir arespeito de política dentro dos templos sim, mas creio piamente que amaneira mais eficaz de tratar o assunto não é falando enquanto osoutros apenas te escutam: o melhor caminho, neste caso, é o debatesaudável e democrático.
Não é a toa que temos tantoseleuterofóbicos no meio de nossos irmãos: estamos acostumados a termedo de usar um dos dons mais impressionantes que Deus nos deu – ainteligência.
Deus não nos deu líderes para que estesmanipulem a nossa opinião sobre tudo, ou para que pensem por nós, maspara que nos incentivem a exercer a fé sem ilusões e mentiras:totalmente livres.
por Gustavo Guilherme do Territorio7
by GG
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