O que é esse sentimento que aperta meu coração? Esse sentimento que ocupa minha cabeça e atrapalha meu dia? O que é esse mal estar que fica tentando me distrair? Essa solidão maldita que me assola o dia inteiro, que me persegue e não vai embora?
Saudade, a dicotomia gostosa da esperança e da solidão, sentimento humano que lembra que alguém está longe, mas que vai voltar. Sentimento que que tem nome no Brasil, que deu belos sambas a Nelson Cavaquinho, Cartola, Lupicínio Rodrigues…
Imagino como o Nazareno deve ter ficado enquanto andava entre seus pequenos. Aquele homem que exalava graça e enchia de esperança os sofredores. Imagino a saudade que apertava aquele homem ao lembrar da criação original, do Éden abandonado pelo seu jardineiro, do mundo tomado pelo mal e das pessoas que insistem em fazer as escolhas erradas.
Deus, é por isso que eu sinto dor quando a criança é abandonada no lixo? Por isso que as tragédias me entristecem? Por isso que eu me sinto só? É porque eu tenho saudade da tua presença? É porque, na minha essência, eu sei como realmente deveria ser? Porque sou filho de Adão, e o Éden é minha verdadeira casa?
Eu sinto falta do cheiro dela, da pele macia quando eu acordo, do sorriso quando eu almoço, do gosto do beijo… Minha casa tá vazia, mas eu sei que ela vai voltar.
Nosso mundo tá vazio, mas eu sei que ele vai voltar… Tenho saudade de Ti, meu amigo, Tua distância me machuca…
A imagem que ilustra esse post é o quadro Gravitation do pintor russo Wassily Kandisky