Meu nome é Giancarlo Marx e hoje eu vou falar sobre o tema “Um Deus Que Dança”.
A Bíblia fala de Deus como uma unidade coletiva. Não como uma melancia ou uma pêra, mas como um cacho de uvas ou uma penca de bananas. Deus é uma comunidade. A teologia sistemática vai detalhar o modo como se constitui esta divindade única. Ela é formada por três pessoas, conhecidas como Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Na maior parte do tempo essas três pessoas da Trindade se movem de tal modo que é impossível distinguir uma delas das demais. Há até um termo teológico para este movimento, que é a Pericórese Trinitária. Algo que poderíamos traduzir popularmente como uma “dança de roda divina”.
Sim, Deus dança.
E ainda por cima, vez ou outra no meio desta dança duas pessoas cedem espaço para que a terceira tenha algum destaque. Num momento do Novo Testamento, por exemplo, o Deus Espírito apareceu sobre a cabeça do Deus Filho, e a voz do Deus Pai ressoou de modo audível: Este é meu filho amado, em quem tenho prazer (Mateus 3:17). Noutra hora foi o Deus Filho quem declarou: Eu não digo nada que antes não tenha sido revelado pelo Pai. (João 14:10). Ou ainda: É melhor eu ir embora. Se eu não for, não poderei enviar o Deus Espírito Santo! (João 16:7).
Esta comunidade chamada “Deus” sempre foi completa em si. Nunca careceu de nada. E ela se movimenta o tempo todo em generosidade e aclamação mútuas. Não é à toa que o apóstolo João (conhecido como O Amado) vai definir Deus em uma palavra: Amor.
Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. – 1 João 4:8
Dizer que Deus é amor vai além da atitude de Deus em favor do resgate do homem. Amor não é simplesmente o que Deus faz na direção da humanidade, mas sim o que ele é em sua própria essência. Deus é amor porque a relação entre as três pessoas de Deus, é amor. Não há maior entre eles. Não há líder. Não há mais importante. Se eles parassem um minuto de dançar, e pudéssemos reunir os três em pé, diante de nossos olhos, e lhes perguntássemos: Qual de vocês é o maior? Tenho certeza que cada um deles apontaria simultaneamente para os outros dois e diriam em uníssono: “Eles!”. O fato é que eles estão constantemente em uma relação de sujeição mútua, e nada nem ninguém é capaz de corromper isso.
Houve um momento na história do universo em que esta unidade plural semeou uma nova unidade plural, semelhante a ela própria.
Então Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem; ele será semelhante a nós. Dominará sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre todos os animais selvagens da terra e sobre os animais que rastejam pelo chão”. Assim, Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou.
Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam pelo chão”. – Gênesis 1:26-28
Assim como na dança da Trindade, a relação humana não pressupõe um status superior de um ser sobre o outro. Pelo contrário. Os seres humanos devem se relacionar à imagem de Deus. Ou seja, da mesma forma que Deus se relaciona em sua pluralidade, através do amor. Acontece que o próprio Deus olhou para esta coletividade e concluiu entre si: Isso é muito bom!
Bom, sabemos que essa história não termina assim, né? Mas sobre essa parte falaremos no próximo episódio. Por hora fica a reflexão sobre o coletivo Deus, sua dança celestial e a coreografia que ele chamou de humanidade.
Um forte abraço e até o próximo Ampulheta.
PARTICIPANTES:
– Giancarlo Marx
COISAS ÚTEIS:
– Duração: 5m55s
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– Todos os “Ampulheta”
CITADOS NO PROGRAMA:
– Mateus 3:17
– João 14:10
– João 16:7
– 1 João 4:8
– Gênesis 1:26-28
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