A Paz de Cristo | Ampulheta 39 - Crentassos Produções Subversivas

Meu nome é Giancarlo Marx e hoje eu vou falar sobre o tema: A paz de Cristo como árbitro dos nossos corações.

Este tipo de coisa já tá ficando tão comum que já está quase virando uma série aqui no Ampulheta. Há diversos textos bíblicos que, diante de uma leitura apressada podem, parecer que são conflitantes. Este é mais um desses casos.

Em sua carta aos colossenses, o apóstolo Paulo menciona a “paz de Cristo” como árbitro dos corações. O texto na NVT diz assim:

“Permitam que a paz de Cristo governe o seu coração, pois, como membros do mesmo corpo, vocês são chamados a viver em paz. E sejam sempre agradecidos”. – Colossenses 3:15.

A partir deste texto é bem comum no meio evangélico ouvirmos a expressão “eu senti paz”, como se este sentimento de conforto fosse um sinal claro da aprovação e direcionamento divinos.

Mas então como conciliar esta ideia com os textos como o de Jeremias 17:9, que diz:

“O coração humano é mais enganoso que qualquer coisa e é extremamente perverso; quem sabe, de fato, o quanto é mau?”

Ou mesmo Isaías 64:6:

“Estamos todos impuros por causa de nosso pecado; quando mostramos nossos atos de justiça, não passam de trapos imundos. Como as folhas das árvores, murchamos e caímos, e nossos pecados nos levam embora como o vento”.

Aí você pode me dizer: “Mas Gian, você tá comparando textos do Antigo Testamento com os do Novo”.

Ok. Vejamos o que Tiago, irmão de Jesus, tem a nos dizer sobre a confiabilidade da mente humana:

“A tentação vem de nossos próprios desejos, que nos seduzem e nos arrastam”. – Tiago 1:14

Dá pra lembrar também de Jesus, suando sangue, pouco antes da sua crucificação. Ou do mesmo apóstolo Paulo, pedindo que Deus lhe retirasse um “espinho na carne, mensageiro de satanás” que o importunava.

Com certeza eles não tinham paz naquele momento.

Mas então se a paz não é um sinal da aprovação divina, o que o apóstolo quis dizer quando fez sua recomendação aos colossenses “que a paz de Cristo seja o árbitro” ou então “que governe” os seus corações?

Bom, como de costume vamos dar uma olhada nos versos anteriores. Mais especificamente Colossenses 3:12-14

“Visto que Deus os escolheu para ser seu povo santo e amado, revistam-se de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Sejam compreensivos uns com os outros e perdoem quem os ofender. Lembrem-se de que o Senhor os perdoou, de modo que vocês também devem perdoar. Acima de tudo, revistam-se do amor que une todos nós em perfeita harmonia”.

Só daí ele conclui a ideia:

“Permitam que a paz de Cristo governe o seu coração, pois, como membros do mesmo corpo, vocês são chamados a viver em paz. E sejam sempre agradecidos”.

Veja, não se trata de um sentimento positivo que endossa nosso modo de vida. Pelo contrário. Paulo está aqui orientando os cristãos daquela cidade que conduzissem seus conflitos visando a paz de Cristo. Compreendendo, perdoando, cheios de paciência com aqueles que pensam ou agem de modo diverso.

A paz de Cristo não é um sinal de aprovação que Deus nos dá, mas sim um sinal que nós damos para o mundo. De que somos representantes de Cristo.

Eu encerro aqui com um trecho da oração sacerdotal de Jesus:

“Minha oração é que todos eles sejam um, como nós somos um, como tu estás em mim, Pai, e eu estou em ti. Que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. João 17:21

Então é isso. Vou ficando por aqui.

Permaneçam todos na paz de Cristo, especialmente na relação uns com os outros, e até o próximo Ampulheta.

PARTICIPANTES:
– Giancarlo Marx

COISAS ÚTEIS:
– Duração: 05m30s
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CITADOS NO PROGRAMA:
– Colossenses 3:15
– Jeremias 17:9
– Isaías 64:6
– Tiago 1:14
– Colossenses 3:12-14
– João 17:21

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