VOCÊ QUER O QUE SUA RELIGIÃO PROPÕE?

Nenhuma religião é indiferente… Quanto a isso ninguém pode duvidar.

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E por mais que supostamente existam CATÓLICOS, PROTESTANTES, JUDEUS e MUÇULMANOS (outras religiões também, mas preferi me limitar a essas) apostatas, ou não-praticantes, para que julga a palavra muito pesada, é preciso entender que quem não PRATICA a religião, não é um RELIGIOSO, logo, um não-praticante, é na melhor das hipóteses, uma pessoa que tem a cultura religiosa de determinada religião e só.

Ser membro de uma religião é mais do que ter determinados costumes adquiridos pelo convívio, para que os pais e parentes mais velhos não fiquem olhando torto quando não fazemos o sinal da cruz ao passar em frente a uma igreja ou por pedir um prato com carne de porco e muito menos, ter uma relação exotérica limitada ao raciocínio de que a manipulação de determinados elementos físicos podem acionar as engrenagens do mundo espiritual, fazendo-as girar em nosso favor… Me perdoem os dizimistas fiéis que aguardam a benção de Deus ou aos apaixonados que colocam a estatua de Santo António de cabeça pra baixo até que a pessoa amada lhe dê atenção, mas isso também não é religião.

Um sistema organizado de regras e práticas sistematizada e motivadas por uma entidade superior é uma melhore respostas do que o tradicional “Religar-se a Deus ou ao divino”, pois quando falamos em DEUS, nós cristãos, tendemos a imediatamente, associar o termo deus ao nosso Deus e esse erro acaba acontecendo justamente por influencia da nossa religião, que de uma maneira ou de outra, julga-se superior a todas as outras… Obvio, isso não é uma exclusividade da nossa religião, pois QUALQUER religião julga-se superior às outras. Mas antes de qualquer reação extrema, deixe-me explicar:

Ninguém se filia a uma religião, sujeitando-se, portanto a todo o sistema organizado de regras e práticas sistematizada e motivadas por uma entidade superior, crendo que QUALQUER RELIGIÃO LEVA A DEUS, e por mais antipática que essa afirmação possa parecer aos pós modernos, é a mais pura verdade, ninguém se submete a uma serie de regas sendo que a pratica das mesmas não vã lhe conceder benefícios imediatos ou futuros.

Poderia dar uma serie de exemplos, dos ordinários aos complexos de como essa afirmação é verdadeira. Ou seja:

Toda religião é uma proposta e todo religioso tem um objetivo.

Mesmo a religião mais primitiva e mais simples é uma proposta e seus adeptos tem objetivos, assim como a religião mais complexa é uma proposta e seus adeptos tem objetivos e divididas pela complexidades dos rituais e liturgias, posturas éticas e etiquetas de convívio, abstrações e conceitos defendidos, toda religião é uma proposta e todo religioso tem um objetivo.

Obviamente, não podemos defender que religiões antigas como as que citei no inicio do texto possam ser pensadas como um monólito intelectual que independe das classes e ambientes em que cada adepto da religião esteja inserido. Dois muçulmanos fieis à seu Deus e com um coração disposto a viver uma vida de acordo com seu preceito religioso, um do ramo petrolífero que vive num palácio e outro assalariado nativo de um país em desenvolvimento, que vive numa favela, não poderão ter pratica religiosa idênticas e essa lógica se aplicaria a qualquer grupo religioso.

Condições econômicas, sociais, emocionais, existenciais são por vezes causa e por vezes consequência de nos associarmos a religiões e consequentemente aderirmos à corrida pelos objetivos da mesma, a causa de cada religião.

A questão mais importante, portanto, não é outra que não seja, qual é a proposta da sua religião e consequentemente, qual o seu objetivo, pois se a sua religião propõe coisas que não seu seu objetivo, fatalmente, você está trilhando um caminho com inevitável frustração ao final.

O que você quer? O que sua religião propõe?

Poderíamos sintetizar, essas duas, numa única pergunta, por sinal, aquela que dá titulo a esse singelo texto:

Você quer o que sua religião propõe?

E aí, eu preciso me desfazer dos exemplos primeiros que utilizei e arrancar da minha lista, o Islã e o Judaísmo, não faço parte de nenhum desses grupos, não sei qual a proposta dessas religiões e não sei se o que busco está em conformidade com elas e me limito ao CRISTIANISMO e mais especialmente, o PROTESTANTISMO.

O protestantismo, religião fruto da divisão com a igreja de Roma, simbolizada pelos documentos que Lutero pregou na porta da igreja do castelo de Wittenberg em 1517, contendo 95 teses contestando posturas da igreja de roma, mas que já tinha sinais de sua inevitabilidade desde muito antes com outros pensadores e sacerdotes que foram silenciados pela força de Roma, é a proposta na qual eu me aliei.

Desvinculado do poder centralizado em Roma, na figura do Papa, o protestantismo propõe que o texto bíblico seja colocado no mais alto posto, superior à tradição e aos costumes, superior a qualquer outra coisa. A exclusividade da interpretação sai das mãos do clero e cada homem e mulher tem livre acesso ao texto no seu próprio idioma, podendo questionar seus lideres e mestres caso tenham uma compreensão diferente. Os sacerdotes perdem o caráter de homens distintos do povo e passam a ser dedicados à leitura e ensino da palavra, assim como do cuidado de sua comunidade.

A BÍBLIA é o centro dessa dessa religião e a leitura, compreensão e interpretação da bíblia é fato determinante a todos que aderem a essa proposta, ao passo que muitas igrejas evangélicas são responsáveis pro programas de alfabetização ao longo de sua historia, assim como criação de colégios e faculdades, por consequência. Um cristão que evangeliza um analfabeto, precisa também se responsabilizar por sua alfabetização.

O texto bíblico é um livro complexo, alias, 66 livros escrito por aproximadamente 40 pessoas, contam uma historia, dividido em dois grandes grupos, o Antigo testamento e o novo testamento, divididos pelo advento da MORTE de Jesus Cristo em sacrifício na cruz, para a remissão dos pecados de todos os homens e mulheres que vieram antes e que viriam depois deste evento. Por mais complexo que seja o texto, é inevitável compreender que o próprio Cristo, quando questionado sobre o maior mandamento de todos, dá a seguinte resposta:

“O mais importante é este: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor.
Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’.
O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes”.
Marcos 12:29–31

Pode ser questionável muitas coisas dentro da fé cristã protestante, dogmas liturgias, usos e costumes, mas é intransferível e inegociável o AMOR e obviamente, poderíamos problematizar o conceito de amor de N maneiras diferentes, no entanto, não poderíamos, de maneira nenhuma JUSTIFICAR atitudes de ódio ou de desprezo, ainda que o ódio ou desprezo fossem frutos do intenso amor ao extremo oposto do que representa o alvo do ódio e do desprezo, pois o próprio Cristo, nos orientou a amarmos os nosso inimigos.

A fé cristã, é, antes de tudo, uma proposta de amor… Amor a Deus e amor ao próximo.

Temos outras coisas envolvidas e outros pontos teológicos e sociológicos a serem abordados, mas sobre tudo, a proposta do protestantismo é o AMOR.

Se a proposta do cristianismo é AMAR nos resta responder à pergunta:

Enquanto religiosos que somos, qual é o nosso objetivo?

Não podemos deixar de ter em mente que se a proposta e o objetivo, ainda que não se encontrem por insuficiência de um ou do outro, não podem ser distintos, pois não faria sentido buscar vingança ou a riqueza numa religião que propõe o amor e eis o ponto culminante do que pretendo apresentar-lhe, viver uma vida religiosa com objetivos diferentes dos propostos pela religião é ou ignorância, ou má fé. Ignorância como a de muitos analfabeto que são carregados para dentro das igrejas evangélicas neo pentecostais que prometem todo tipo de vitoria financeira sendo que não existe nenhuma linha que ligue a palavra da bíblia às promessas dos pastores, o que logicamente, descaracterizariam essas igrejas da condição de protestantes, visto que a promessa infundada do pastor tem maior valor do que o texto escrito na bíblia. Muitos deles não são de fato analfabetos e alias, podem até mesmo ter títulos acadêmicos, mas continuam sem conseguir distinguir a mentira dos lideres que para serem sustentados por seus dízimos e ofertas, fazem uma constante lavagem cerebral colocando-os na posição de ovelhas encurraladas seguindo ao matadouro. E num segundo e mais terrível caso, compreendem a mentira e o “teatro” criado pelos lideres e aderem assim mesmo, no intuito de lucrar, entrando na roda dos que manipulam e saqueiam.

Qual o seu objetivo?

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