A empatia, empregada inúmeras vezes em passagens bíblicas por Jesus, é de longe uma das maiores lições do mestre. Mas ainda sim é uma das ações mais falhas da igreja.
Vamos começar pela definição da palavra, empatia: Ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias. Na psicologia é: Identificação de um sujeito com outro; quando alguém, através de suas próprias especulações ou sensações, se coloca no lugar de outra pessoa, tentando entendê-la.
Ao ler a definição de empatia você pode deduzir “esse é um pensamento inerente a todo cristão”, será? Muitos pregadores influentes, artigos, e outros meios de condução da palavra de Deus mostram que não.
Quantas vezes você já ouviu a frase de um amigo ou pregador “o pecado é uma escolha”. Esse frase se torna um tiro no pé ao lermos Romanos 3:23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Um bebê que acabou de nascer não escolheu pecar, ele nasceu com o pecado. Mas você pode concluir facilmente que, “mas uma pessoa adulta escolhe SIM pecar”, será? Será que SEMPRE que algum pecado acontece em nossas vidas foi fruto de uma escolha? E mais, se foi uma escolha, foi consciente? Todo o pecador antes do pecado se deparou com uma chance de “não pecar”?
Não vou entrar no mérito se a frase “o pecado é uma escolha” é certa ou não, se é coerente ou não, se é aplicável a todo modelo de pecado ou não. Essa não é discussão. É apenas uma ilustração para reflexão.
Mas viu como uma frase boba, que é dita em vários púlpitos, é generalizadora, e com total falta de empatia e estudo de todas as possibilidades que a envolvem? Esse é o ponto. Muitos cristãos julgam momentos sem conhecer a história. Avistam um pecador e concluem facilmente “falta de vergonha na cara, se estivesse dentro da igreja não estaria como está”. São poucos que olham com olhos de compaixão para alguém que acabou de cometer pecado. Isso é porque nos falta empatia.
Ela é o ponto chave para atrair as pessoas ao amor de Deus. Pois Jesus foi o maior aplicador da empatia de todos os tempos. Quando ele faz os fariseus refletirem usando o exemplo da mulher adultera ele está, naquele momento, dando uma aula sobre se colocar no lugar do outro. Sobre ter olhos de amor sobre um pecador. Sobre olhar uma situação como um todo e não com superficialidade.
Ao ver um pecador, todo nosso sensor de justiça é ativado e imediatamente vem a conclusão do o “porque” ele pecou, e o que isso trará de ruim para a pessoa. Jesus não nos chamou para sermos analistas dos pecados um dos outros, ou das consequências do que os pecados trarão em nossas vidas, já existem demônios em função disso, e até o momento acho que não estão contratando para tal tarefa. O Pai nos chamou para pregar a sua palavra e falar do seu amor, a justiça Dele não cabe a nós. Devemos sim combater o pecado, e sabe como faremos isso? Entendendo o motivo que levou a pessoa a pecar, ajudando ela a sair do pecado (se a pessoa quiser nossa ajuda, pois até Deus bate a porta para entrar não seremos nós os prepotentes para tratar do que não fomos chamados), e ensinando sobre o amor de Deus pela vida dela.
A empatia nos foi dada por Deus, afinal Ele deu o raciocínio, inteligência, e amor do ser humano. Vamos aplicá-la em função do sei reino. Entendendo pessoas, nos colocando no lugar delas, e amando.
Texto da Mariana Oliveira
***Post do leitor é o espaço para os leitores do blog colocarem seus pensamentos e também a porta de entrada do blog para novos editores. Os textos contidos aqui NÃO condizem necessariamente com a opinião dos editores do blog e nem caracteriza a necessariedade de o autor deste texto passar a fazer parte do elenco de editores do blog dos Crentassos.***