Musica do Mundo que me edificam #0077 – Restart – Levo comigo – Pots do Leitor de Gui Tuller

Restart? Aquela banda emo-colorida? Peguei pesado?

Antes de julgar leia a letra. Só leia a letra, sério.

 

 

Eu quis escrever uma canção

Que pudesse te fazer sentir

Pra mostrar que o meu coração

Ele só bate por ti

 

Como uma bela melodia pra dizer

O que eu não consigo explicar

Com uma bela melodia pra você ver

O que eu queria te falar

 

E dizer que é você

Que pode me mudar

Que pode me salvar

 

E eu vou te esperar aonde quer que eu vá

Aonde quer que eu vá

Te levo comigo

E eu vou te esperar aonde quer que eu vá

Aonde quer que eu vá

Te levo comigo

 

Bem, se ao final da leitura você não achou nada demais, permita-me compartilhar algumas percepções que esta música me provoca. É curtinho, eu prometo.

 

[Além dos erros gramaticais nos versos em que se utiliza o advérbio “Aonde”, ao invés do correto “Onde”] esta canção já nas duas primeiras estrofes traz uma ideia que já foi bastante recorrente para mim enquanto músico e cristão: escrever ou tocar uma canção que pudesse tocar o coração de Deus, que pudesse fazê-lo sentir alguma coisa.

Muitas vezes eu pensei que se cantasse uma canção adequada – a canção que está “nos lábios de Deus” – Ele faria com que os meus ouvintes fossem sensibilizados, com que a esfera ao meu redor mudasse das trevas para a luz, que meu “ministério” fosse edificado. Em outras palavras, acreditava que se minha canção tivesse as palavras e as notas certas, eu poderia tocar o coração de Deus, de modo que ele derramasse uma “unção” especial sobre a minha vida.

 

E quem não quer agradar a Deus, não é mesmo?

 

Mas nesta crença eu acabei me esquecendo de um fato bem importante: Deus é Deus. E sendo Deus, ele não precisa do nosso “louvor”[Rá!]. Será que, em alguma manhã mal-humorada de segunda-feira, Deus precise ouvir um mélódico “Tu és santo e toda a Terra está cheia da Tua glória” para se sentir mais motivado? Ou então que o meu cantar iria fazê-Lo se lembrar de mim de maneira especial a ponto de me dar as coisas que eu peço? Hm… Certamente não.

Mas, mesmo quando eu erro, Deus ainda é Deus. Ele conhece o nosso coração, sabe do que carecemos e perdoa as besteiras que a gente inventa (sim, ele perdoou inclusive todas as vezes que alguém cantou “Restitui”!). Ele sabe que é só Ele quem pode me mudar, que pode me salvar, e está trabalhando nisso com todo o Seu empenho.

 

No entanto, o louvor que agrada a Deus não é uma canção bonita, não é uma voz afinada, assim como também não é uma letra recheada de verbos conjugados na 2ª pessoa do singular. [Tu és, Tu queres, Tu fazes, etc.]

O louvor que toca o coração do Pai é mais profundo que isso: não é uma canção, mas é um viver. Nós podemos ver um pouco deste louvor no refrão da música [com uma leve intervenção minha]:

 

E eu vou te esperar[:] [E] onde quer que eu vá

[E] onde quer que eu vá

Te levo comigo

 

Ou seja, à medida em que eu espero o meu Senhor, eu O levo por onde quer que eu ande; e mais do que isto, eu o levo também a quem quer que esteja comigo nesta caminhada. O altar em que Deus quer ser adorado não é somente no meu coração, não é no silêncio do meu quarto, muito menos num palco gospel. O altar que o Deus Altíssimo, criador dos Céus e da Terra, escolheu para ser adorado fica bem do seu lado: na vida do seu irmão. Semeie seu tempo, sua energia, sua paciência, sua casa, seus bens, sua compreensão, sua fé… Semeie tudo isso na vida das pessoas ao seu redor porque é dessa semeadura que Deus colherá Seus frutos de louvor, de glória e de honra.

 

Que a nossa vida possa ser uma canção constante que mostre por Quem bate o nosso coração, e que onde quer que estejamos, Ele seja visto.

 

Amém!

 

Texto do Leitor Guilherme Tuller

Posted in Músicas do Mundo que Me Edificam and tagged , , , , , , , .