Terminou no domingo, 29 de novembro, a primeira metade da sexta temporada de The Walking Dead. Para a angústia dos fãs, a série só voltará em fevereiro de 2016. Adaptada dos quadrinhos, a série é considerada por muitos o suprassumo do apocalipse zumbi.
Na trama, acompanhamos a história de um grupo de sobreviventes em busca de redenção, almejando obter cura para uma infecção que acomete a todos os seres humanos, e vislumbrando uma terra onde um dia possam habitar em paz e descansar de suas lutas e dores. Surpreendemo-nos com o desenvolvimento dos personagens ao longo dos episódios, seu amadurecimento e mudança de pensamento. A surpresa é ainda maior quando percebemos o que são capazes de fazer para salvar pessoas, dando suas vidas por gente que sequer conhecem, em atos extremos de abnegação e amor sacrificial… A metáfora perfeita da jornada cristã!
**********SPOILERS “LEVES” DA 6ª TEMPORADA ABAIXO**********
Nesta sexta temporada, a série tem explorado muito bem um arco iniciado no final da temporada anterior, quando os protagonistas chegaram à comunidade de Alexandria, uma cidadela totalmente cercada por muros. Boa parte dos moradores daquele local está ali desde que a epidemia eclodiu, anos antes, e muitos sequer tiveram contato com os mortos vivos que passeiam pela terra famintos por carne humana.
Ao constatar que aquelas pessoas não faziam ideia do que realmente acontecia além daqueles muros, o xerife Rick Grimes passou a alertá-los sobre a necessidade de aprenderem a viver lá fora, de não deixarem suas vidas dependerem de uma estrutura de madeira e metal. Para o xerife, eles estavam condenados; era só uma questão de tempo. Na opinião de Rick, Alexandria vivia uma mentira, quase uma utopia.
É exatamente assim que muitas igrejas têm vivido nos dias atuais, ao se isolarem do mundo dentro de suas estruturas de concreto, enquanto há tanta gente morta em delitos e pecados vagando do lado de fora (Ef 2.1). Temos o antídoto, Jesus Cristo, o único capaz de curar as pessoas dessa maldição, dessa doença chamada Pecado. Por que não temos levado a cura para o mundo? Até quando ficaremos brincando de casinha?
Nós cristãos fomos chamados para sermos luz neste mundo. Uma luz que é escondida dentro de uma caixa não serve para nada (Mc 4.21). Temos uma importante missão, e não podemos nos deixar alienar pelo comodismo, pelo conformismo, pelo entretenimento e pelo ócio. Nossa casa não é aqui. Sua igreja não é a terra prometida. O mito da caverna não é para nós! Bem disse Charles Spurgeon: “Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor”.
Mas isso nos leva a outro ponto importante: estamos preparados para viver além desses muros? Se não nos prepararmos, se não tivermos munição espiritual, acontecerá conosco o mesmo que ocorreu com alguns tolos cidadãos de Alexandria: seremos devorados. Quantas pessoas você conhece que frequentaram a igreja com assiduidade por um tempo, mas, ao saírem para o mundo de forma irresponsável, foram “abocanhadas”, e hoje rastejam por aí em busca de prazeres, em busca de carne humana?
Por isso, fomos igualmente chamados para fazer discípulos (Mt 28.19). De nada adianta uma igreja que investe tanto tempo, empenho e até dinheiro com enormes campanhas de evangelização, se não há um acompanhamento das vidas que estão sendo integradas à comunidade. Muitas igrejas preocupam-se apenas com números, e acabam trazendo para suas congregações hordas de mortos vivos, sem oferecer a cura – oferecem genéricos ineficazes a quem pode pagar.
Que papel sua igreja tem desempenhado nessa zumbilândia? O que VOCÊ tem feito?
Post de Lucas Shiomi
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