Breve história de Jesus e seu irmão siâmes, Marcônio

Num grupo secreto, desses tipo os iluminattis de Jacarepaguá, pediram pra analisar teologicamente a imagem abaixo. Não sou teólogo, mas analisei mesmo assim.

Nem todos os detalhes do texto abaixo são fatos reais, ok?

Segue a análise:

Jesus era europeu, tinha a barba sempre aparada e os cabelos devidamente penteados. Ele também era siames, tinha um irmão maloqueiro e hipocondríaco que era fã de Hamlet e curtia muito abajures vermelhos.

Os dois, que eram um, moravam num quartinho mequetrefe na rua Augusta, no centro de São Paulo. Jesus não tinha problema com a hipocondria de seu irmão, mas as picadas, ah!, essas sim eram doídas. O motivo principal das discussões dos dois era sempre esse, Jesus falava para Marcônio, nome do irmão siames de Jesus, para picar seu próprio braço, pois lá Jesus não sentiria as picadas — eles tinha um tipo diferente de siamezisse, só dividiam a sensibilidade no membro comum, no resto do corpo era cada um cada um —, mas não, Marcônio sempre dizia que ele estava tratando os dois, se Jesus morresse, Marcônio seria obrigado a carregar um corpo por aí e isso, como qualquer um pode imaginar, é muito desagradável.

Jesus e Marcônio, apesar de tudo, viviam bem. Faziam compras no Carrefour, registravam sua vida no Instagram e, em alguns finais de semana, até davam um rolê pela Augusta pra ver se tinha algo acontecendo.

Num dia de sol, Jesus e Marcônio foram andar de bicicleta na paulista. Tinham uma bicicleta especial com um banco alongado e dois pedais no mesmo pé-de-vela. Era feriado, não lembro qual deles, mas a paulista estava relativamente vazia. Num devaneio, desses de feriado, Marcônio que sempre pilotava a magrela, decidiu atravessar a rua sem olhar, como quem não quer nada. Deu no que deu, foi atropelado por uma Studebaker Champion 1942 placa preta que levava noivos recém-casados em direção a festa. Marcônio morreu na hora, Jesus deu três suspiros quis um M&M’s vermelho antes da morte, mas morreu antes de ter seu desejo atendido. À Studebaker não aconteceu nada, sujou um pouco de sangue, mas nada que um paninho molhado não desse conta. Ao casal recém casados, bem, esses traumatizaram — atropelar um Jesus siames deve dar um baque em tanto na vida de um recém casal casado.

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